segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

117 - O JOGO IMORTAL - DAVID SHENK

Parte da introdução do Livro, O jogo imortal: O que o xadrez nos revela sobre a guerra, a arte, a ciência e o cérebro humano / David Shenk; tradução, Roberto Franco Valente. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.
Título original:
The Immortal Game (A History of Chess, or How 32 Carved Pieces on a Board IlluminatedOur
Understanding of War, Art, Science, and the Human Brain)
Em 1786, Benjamin Franklin escreveu: “Durante inúmeros períodos ele foi a diversão de todas as nações civilizadas daÁsia, dos persas, dos indianos e dos chineses. A Europa o conhece há mais de mil anos; os espanhóis o divulgaram por suas regiões da América,
e ultimamente ele começa a fazer sua aparição aqui nesta nação.”
O jogo chegaria por fim a todas as cidades do mundo, em mais de 1.500 anos de história contínua – um fio comum de cadeias de peões, forquilhas de cavalos e humilhantes xeques-mates que percorreriam as
vidas de Karl Marx, do papa Leão XIII, de Arnold Schwarzenegger, rei Eduardo I, George
Bernard Shaw, Abraham Lincoln, Ivã o Terrível, Voltaire, rei Montezuma, Rabbi Ibn Ezra, Guilherme o Conquistador, Jorge Luis Borges, Willie Nelson, Napoleão, Samuel Beckett, Woody Allen e Norman Schwarzkopf. Do Palácio do Portão Dourado, em Bagdá, até o Castelo de Windsor, em Londres, e às mesas de hoje à margem do lago na North Avenue Beach, em Chicago, o xadrez formaria um laço através da história de forma surpreendente e estimulante.
Como pôde um jogo durar tanto, e agradar tão amplamente, ao longo de tão variadas circunstâncias de tempo, geografia, língua e cultura?
A resistência não é, evidentemente, uma magnífica realização em si, mas sim um indício estimulante de que alguma coisa profunda estavase passando, uma conexão catalisadora entre esse “jogo” e o cérebro humano. Um outro sinal é que o xadrez não só era jogado, como também
integrado nas vidas criativas e profissionais de artistas, lingüistas psicólogos, economistas, matemáticos, políticos, teólogos, cientistas da computação e generais.
Tornou-se uma metáfora popular e flexível das idéias abstratas e dos sistemas complexos, e um instrumento eficaz pelo qual os cientistas podiam melhor compreender a mente humana

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