sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

60 - N’XUVA - O XADREZ AFRICANO














foto, alunos do Colégio Estadual Pilar Maturana.
O colégio fi ca localizado no Bairro Alto em Curitiba.


Jogado nas aldeias, tanto por crianças como por adultos, o N’txuva revela uma forma de pensar dos africanos
Cantado por Bob Dylan, redigido em versos e prosa por José Craveirinha, Luís Bernardo Honwana e Mia Couto, estampado nas técnicas do batik, Moçambique é relem­brado, em Irati, pelo engenheiro florestal, mestre em Ciências Florestais e professor do Colégio Florestal Estadual Presidente Costa e Silva, Alberto Tomo Chirinda.

É de lá que Chirinda mostra a contribuição da cultura africana para a educação brasileira, sobretudo para o ensino da matemática, por meio do jogo N'txuva.
De acordo com Chirinda, não há idade para começar a aprender a jogar o N'Txuva. Ele sugere que seja a partir dos 7 anos, quando a criança está em pleno desenvolvimento das capacidades intelectuais e motoras.

"O jogo tem uma natureza guerreira, pois, semelhante ao xadrez tradicional, o jogador tem de criar estratégias para vencer os inimigos.
A criança fica fascinada com a capacidade que acumula de criar estratégias seguras para resolver problemas reais e atingir seus objetivos, pois todas as habilidades - a memória, a atenção, o raciocínio aritmético - são valorizadas hoje e serão importantes no futuro dela", destaca.
O N'txuva é um jogo de tabuleiro milenar espalhado por toda a África e é jogado tanto por crianças como por adultos.
O jogo foi pa­tenteado por Chirinda em 2004. Como é afri­cano, mostra a forma de pensar daquele povo e, por isso, já foi comprado por cerca de 40 escolas municipais de São José dos Pinhais-PR.
Agora, o tabuleiro está com um professor que faz parte da comissão do Ministério da Educação (MEC) para ser avaliado e, quem sabe, adotado pelo ministério.
O professor acredita que o N’Txuva pode contribuir para desmistificar a maneira como o continente africano é abordado nas escolas.
"Os professores falam da África de modo equivocado. Muitos não conhecem e não foram ensinados sobre a história do continente africano.
A África é um continente com muitas realidades diferenciadas. Eles falam só a historia que conhecem – a fome e miséria - e pensam que estão fazendo sua parte, mas a África não é só o que a mídia transmite”.
O N’Txuva pode contribuir para desmistificar a maneira como o continente africano é abordado nas escolas.


Regras do Jogo de Tabuleiro N'txuva

O presente Jogo de Tabuleiro consiste de 04 fileiras e de 06 colunas de casas. A cada jogador pertencem 02 fileiras e suas respectivas colunas.
As fileiras internas são denominadas de Ataque.
As fileiras externas são denominadas de Defesa.
As jogadas no Tabuleiro N'txuva são feitas obrigatoriamen­te no sentido Anti-horário (contra o sentido dos ponteiros do relógio).
O jogo tem 02 fases. Na primeira fase só é permitido iniciar a jogada a partir de casas com mais de uma peça (2, 3 ou mais); na segunda fase, as casas ficam com apenas 01 peça, aí sim poderá movimentar 01 peça por vez, sendo proibido juntar estas peças.


Objetivo do Jogo

O objetivo do N'txuva é de que a última peça em mãos caia em uma casa vazia da fileira interna do tabuleiro (ataque) eliminando as peças do adversário. Este objetivo é conseguido por meio de cálculos aritméticos simples e pela criação de estratégias.

Como jogar?

1 - Preenche-se o tabuleiro com apenas 02 peças em cada casa.
2 - Pegam-se todas as peças de uma casa e distribui-se pelas casas imediatamente à esquerda, deixando-se apenas 01 peça em cada casa. A casa inicial fica vazia.
3 - Caso a última peça em suas mãos caia em uma casa com alguma(s) peça(s), recolhem-se todas as peças dessa casa e continua-se a distribuição até que a última peça caia em uma casa vazia.
4 - Duas situações podem acontecer quando a última peça cair em uma casa vazia:
4.1 - se a referida casa estiver na fileira externa (defesa), a jogada termina e é a vez do adversário jogar;
4.2 - se a casa vazia estiver na fileira interna (ataque), e:
4.2.1 – se houver, pelo menos, uma ou mais peças na casa da fileira interna (ataque) ou nas duas casas na coluna correspondente do adversário, eliminam-se essas peças retirando-as para fora do tabuleiro.
4.2.2 - se as duas casas da coluna do adversário estiverem vazias ou a casa interna estiver vazia, mesmo que a casa da fileira externa contenha peças, a jogada termina e é a vez do adversário jogar.
5 - O jogo continua com cada jogador definindo alvos, fazendo cálculos e criando estratégias para tentar eliminar as peças do adversário, sempre obedecendo ao item 4.2
6 - No N'txuva não há jogadas obrigatórias e é permitida a "fuga" sempre que tivermos as peças ameaçadas pela jogada seguinte do adversário.
7 - Depois de seguidas eliminações e retiradas de peças do tabuleiro, chega-se na 2ª Fase onde as casas ficam com apenas uma peça. Nesta fase as peças são movimentadas individualmente, de casa em casa, eliminando as peças das casas /colunas do adversário que estiverem na sua trajetória.
8 - O jogo termina quando um dos jogadores consegue eliminar todas as peças do adversário.
Fase Avançada: No início do jogo é possível estabelecer uma regra entre os jogadores para que em cada ataque vitorioso, o jogador tem direito a uma retirada adicional, isto é, o jogador escolhe uma e apenas uma casa e retira as peças nela contidas. Esta retirada funciona como quebra de estratégia do adversário

fonte:http://www.app.com.br/portalapp/uploads/publicacoes/raca_classe_06_site.pdf e http://ntxuva.blogspot.com/

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